Uma contribuição para a construção do Serviço Público de Saúde Mental de Araxá, e para o exercício da cidadania e da sensibilidade.
domingo, 13 de março de 2011
Alegria e chuva, confetes de vida e inclusão
Boa mistura!
Lava a alma e canta o samba na rua... Lugar onde todos andam... Lugar de todos, lugar comum... onde todos e tudo se misturam. Onde existe o ser e o não-ser; espaço de construção e espaço do vazio, do existir não existindo... Rua... território de manifestar o que se pensa, de não se calar...e sim cantar e dançar. Manifestar a vida e a experiência de “viver”, ocupa-la com alegria e com o encontro com a possibilidade de “ser”, com o sentido de “existir”, exercitando uma forma suave de dizer, sem precisar calar, através da sua diferença e de uma forma peculiar de estar, viver, permitir-se, implicar-se e afetar-se, possibilitando transformações. Compondo máquinas, dispositivos, devires propulsores de mais vida, cuidado e humanidade.
Grande espaço, para pequenas estórias e histórias, tão particulares e tão conhecidas... Repetições que são vividas isoladamente, mas que no conjunto, fazem sua diferença. E que diferença... de vida, vivida no canto das Marias, que são tantas... E no samba enredo de uma Maria que se fez Boneca... que se multiplica, nas Marias-loucas, nas Marias-mães, Marias-da-Penha, Marias-guerreiras, nas Marias-que–amam... E até nas filhas-de-Beja, Marias-Pirolas de Araxá, guerreiras-índias-trapezistas, que aos poucos se territorializam...
“Ó Maria, Ó Maria... /Doce flor do meu viver.../Vem, Maria,/Vem Maria; oiá.../Sem você não sei viver...” (Samba enredo do Carnaval da Inclusão)
Sintam-se os Josés aí representados, pois nessa festa e alegria sempre cabe mais um e mais muitos, pois é maior que coração de mãe, são Mães-Marias, em amplo e terno sentido. É território povoado pela possibilidade de ser, pelo respeito ao outro seja lá como ele for... Dentro de sua dor e alegria... Como diz o poeta-cantor, “... cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...”, e é!
Assim, vamos nós devindo vida... Gratos pelos encontros com tantas Marias, exemplos de vida e superação, fazendo coro com as Marias e Josés, seja lá de onde eles são e para onde vão, basta sentirem-se afetados e entrarem nessa festa-alegria... Conhecendo e se re-conhecendo nas semelhanças e nas diferenças inerentes aos bons e potentes encontros.
Sempre cabe mais um... Basta desejar...
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Camila e amigos de Araxá, o sonho é possível e a liberdade enriquece a vida. Cuidar é incluir e incluir-se é caminhar cheio de alvoreceres...
ResponderExcluirAbraços, Jorge
Um carnaval lindo, onde todos exercem a liberdade e a igualdade expressados por música, por fantasias, por cantos, por pinturas, por alegria... por carnaval!!! Onde cada passo se transforma em um sonho, um sonho de que aquele sentimento nunca se acabe, de que aquele carnaval aconteça todos os dias em nossas vidas, um momento em que a diferença não existe, em que todos tem histórias de lutas e vitórias, e nossas histórias são respeitadas e admiradas, Enfim... um dia que todos nós nos "fantasiamos" de Super-Herois.
ResponderExcluirQue bom, viver a liberdade de sonhar e fazer dos sonhos, realidade... Só dança, quem entra na dança... só canta quem se deixa encantar...
ResponderExcluirE sim, somos heróis de nossa própria história, de nossas lutas pessoais travadas cotidianamente, às vezes conosco mesmo ou com o outro, os desafios são permanentes... somos o que acreditamos e o que queremos ser dentro do possível... na luta amorosa do momento seguinte, exercitando a fragilidade-força que move a alavanca do desejo no trabalho em prol dos oprimidos, de quem necessita de cuidados, e por um motivo ou outro não consegue fazê-lo, trazendo-lhe mais vida para "SER" e "ESTAR" em seu mundo, vasto mundo...