quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rede de Intercâmbio Sobre Boas Práticas em Saúde Mental

No segundo dia (2/10) do Seminário Internacional da Rede de Intercâmbio sobre Boas Práticas no Campo dos Serviços Sociais, de Saúde de Base e Saúde Mental, o foco das discussões ficou por conta da importância da construção e consolidação de uma Rede de Intercâmbio por meio das experiências apresentadas por atores sociais nacionais de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, e internacionais, como Argentina e Itália. Clique aqui para acessar mais informações foi o tema da primeira mesa do dia, trazendo experiências locais e internacionais como forma de fomentar o trabalho da rede. A primeira expositora foi Fernanda Nicácio, do Curso de Terapia Ocupacional, da Universidade de São Paulo, destacando que, desde o início, a experiência em saúde mental era muito inserida no conjunto de articulação das políticas públicas das cidades, e, a partir desse processo, foi criado um Laboratório de Articulação de Políticas Públicas em Santos (SP), que trouxe uma série de novas possibilidades para o campo da saúde mental, mostrando, assim, a importância da responsabilidade do poder público com a população. A segunda apresentação foi de Sandra Fagundes, do Hospital Fêmina (RS), afirmando que a Rede é capaz de produzir vida e ir contra o movimento hegemônico da saúde mental. Segundo a pesquisadora, a Rede é, ao mesmo tempo, produtora e mobilizadora para fazer com que os usuários sintam-se atores na sociedade. Em seguida, foi a vez de Ana Marta Lobosque, do Fórum Mineiro de Saúde Mental, ressaltando a importância da participação popular nesse processo. Por conta disso, destacou o sucesso da 'Marcha dos Usuários a Brasília', ocorrida no final do mês de setembro, e debateu sobre como trazer a questão da loucura para o convívio do espaço social. Encerrando a parte da manhã, a representante da Agência de Saúde de Trieste (Itália), Chiara Strutti, apresentou a história do movimento de reforma psiquiátrica na região e as alternativas encontradas por seus protagonistas para por fim à exclusão social e ao sofrimento dos usuários dos serviços de saúde mental. O coordenador da mesa, Fernando Freitas, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/ENSP/Fiocruz), citou uma frase de Franco Baságlia - 'contra o pessimismo da razão, o otimismo da prática' -, ao lembrar que, através das experiências dos usuários, é possível mostrar que com esperança consegue-se desenvolver um trabalho em prol de todos. A última mesa do seminário - 'Aspectos da construção da Rede de Intercâmbio' -, foi focada para o papel da rede em si. Mariana Rangel, do Laps/ENSP/Fiocruz, apresentou o site da Rede, criado a partir do convênio com Trieste e que objetiva se tornar um ambiente virtual para a formulação e troca de experiências entre os parceiros envolvidos no projeto. Já Mariana Baresi, da Associación por los Derechos en Salude Mental da Argentina, falou do Programa de Reabilitación y Externación Asistida (PREA), desenvolvido devido ao fato de que o país não conta com uma lei específica para a saúde mental e como as experiências profissionais foram fundamentais para o atendimento aos usuários, assim como a forma como o PREA poderá contribuir com a Rede. O coordenador do Laps/ENSP/Fiocruz, Paulo Amarante, considerou positivo o resultado do encontro, uma vez que "a Rede passou a cumprir um papel protagonista importante na construção das novas práticas e cenários da saúde mental no Brasil e na América Latina, ampliando a noção do campo psicossocial e da reforma psiquiátrica para além da assistência, promovendo a transformação das relações sociais para com as pessoas em sofrimento mental". O pesquisador informou ainda que retornará, em breve, para Trieste com a finalidade de renovar as parcerias dos projetos existentes e pensar no local e nas estratégias do III encontro da Rede, levantando a possibilidade de que ele venha a ocorrer em Trieste (Itália).
(Fotos: Laps/ENSP/Fiocruz - tratamento digital: CCI/ENSP/Fiocruz)
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