A criação de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAd3 – 24 horas) com leitos masculinos e femininos, casas de passagem e pontos de acolhimento é uma das propostas do documento elaborado pelo grupo de trabalho do crack, liderado pela Area Técnica de Saúde Mental, da Secretaria de Atenção à Saúde.
O grupo formado por pesquisadores, coordenadores de CAPS, redutores de danos, profissionais que trabalham nos consultórios de rua, se reuniu na última terça-feira, dia 23 de março, no Ministério da Saúde. O acolhimento aos dependentes do crack foi o enfoque da primeira reunião, que consolidará propostas de ações para aperfeiçoar o atendimento aos usuários e a prevenção do uso de drogas. O texto final irá para consulta pública em um mês.
“A proposta dos CAPS-AD3 com leitos é ampliar os recursos necessários na rede para que possamos dar aos usuários de crack um cuidado contínuo, 24 horas por dia. Os espaços de acolhimento para usuários serão dispositivos para nos aproximar de uma população que não acessa os sistemas de atenção à saúde. A instituição aberta seria mais um local para que ele se sinta recebido, para tomar banho, descansar, enfim, que ele se torne um cidadão visível”, afirma o consultor da área técnica, Marcelo Kimati.
Para a pesquisadora da Aliança de Redução de Danos, Luana Malheiro, que fez um estudo qualitativo com usuários “o crack acaba sendo um detalhe dentro de uma série de históricos de ruptura e abandono”. Ela conta que em seu estudo foi possível identificar uma diferenciação entre os usuários que conseguem controlar o uso e os “sacizeiros”- denominação utilizada para os que não conseguem.
Essa diferença, entre usuários que conseguem ou não controlar o uso, também deverá ser levada em conta durante o tratamento, conforme as discussões do grupo de trabalho. A rede deverá se articular de forma diferenciada para atender esses dois perfis distintamente, sendo que a rede de atenção estará focada naqueles com uso descontrolado. Atualmente, os usuários de crack são tratados da mesma forma, independente de grau de dependência, vulnerabilidade e gênero.
A rede do Sistema Único de Saúde (SUS) que atende os usuários da droga conta com diversos tipos de unidades de atendimentos: são 1467 CAPS (I, II, III e AD), 30% dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família trabalhando com saúde mental, 14 projetos de redução de danos; além de, nos casos mais graves, 10% dos leitos de todos os Hospitais Gerais, todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU).
A pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Solange Nappo, aponta que um dos problemas a serem enfrentados no tratamento é o momento que o usuário vai buscar ajuda. “Muitas vezes o usuário só busca quando está próximo à morte, quando o caso já é grave”, conta a cientista, que orientou diversas teses sobre o assunto. Para buscar esses pacientes usuários nas bocas de fumo, o Ministério lançou o edital de consultórios de rua. Foram investidos R$ 700 mil nessa iniciativa, que está sendo levada adiante por 14 municípios.
Em Campinas, uma experiência na antiga rodoviária com usuários do crack tem conseguido aumentar a adesão dos pacientes. Um grupo de 13 pessoas que frequentavam o local está sendo acompanhado pelo CAPsAD do município. “O importante é acolher essas pessoas, porque elas vão ao centro e depois que melhoram não voltam”, conta Sander Albuquerque, coordenador da entidade na cidade.
Além da adesão e do acolhimento, outro foco da discussão foi a formação dos profissionais de saúde. O Ministério da Saúde deverá promover cursos de capacitação, com auxílio da Universidade Aberta do SUS (Unasus). Para Marco Manso, da Aliança de Redução de Danos, esse trabalho deverá ressaltar a importância de humanizar o atendimento “Muitas vezes os médicos não querem atender os pacientes”.
O grupo formado por pesquisadores, coordenadores de CAPS, redutores de danos, profissionais que trabalham nos consultórios de rua, se reuniu na última terça-feira, dia 23 de março, no Ministério da Saúde. O acolhimento aos dependentes do crack foi o enfoque da primeira reunião, que consolidará propostas de ações para aperfeiçoar o atendimento aos usuários e a prevenção do uso de drogas. O texto final irá para consulta pública em um mês.
“A proposta dos CAPS-AD3 com leitos é ampliar os recursos necessários na rede para que possamos dar aos usuários de crack um cuidado contínuo, 24 horas por dia. Os espaços de acolhimento para usuários serão dispositivos para nos aproximar de uma população que não acessa os sistemas de atenção à saúde. A instituição aberta seria mais um local para que ele se sinta recebido, para tomar banho, descansar, enfim, que ele se torne um cidadão visível”, afirma o consultor da área técnica, Marcelo Kimati.
Para a pesquisadora da Aliança de Redução de Danos, Luana Malheiro, que fez um estudo qualitativo com usuários “o crack acaba sendo um detalhe dentro de uma série de históricos de ruptura e abandono”. Ela conta que em seu estudo foi possível identificar uma diferenciação entre os usuários que conseguem controlar o uso e os “sacizeiros”- denominação utilizada para os que não conseguem.
Essa diferença, entre usuários que conseguem ou não controlar o uso, também deverá ser levada em conta durante o tratamento, conforme as discussões do grupo de trabalho. A rede deverá se articular de forma diferenciada para atender esses dois perfis distintamente, sendo que a rede de atenção estará focada naqueles com uso descontrolado. Atualmente, os usuários de crack são tratados da mesma forma, independente de grau de dependência, vulnerabilidade e gênero.
A rede do Sistema Único de Saúde (SUS) que atende os usuários da droga conta com diversos tipos de unidades de atendimentos: são 1467 CAPS (I, II, III e AD), 30% dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família trabalhando com saúde mental, 14 projetos de redução de danos; além de, nos casos mais graves, 10% dos leitos de todos os Hospitais Gerais, todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU).
A pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Solange Nappo, aponta que um dos problemas a serem enfrentados no tratamento é o momento que o usuário vai buscar ajuda. “Muitas vezes o usuário só busca quando está próximo à morte, quando o caso já é grave”, conta a cientista, que orientou diversas teses sobre o assunto. Para buscar esses pacientes usuários nas bocas de fumo, o Ministério lançou o edital de consultórios de rua. Foram investidos R$ 700 mil nessa iniciativa, que está sendo levada adiante por 14 municípios.
Em Campinas, uma experiência na antiga rodoviária com usuários do crack tem conseguido aumentar a adesão dos pacientes. Um grupo de 13 pessoas que frequentavam o local está sendo acompanhado pelo CAPsAD do município. “O importante é acolher essas pessoas, porque elas vão ao centro e depois que melhoram não voltam”, conta Sander Albuquerque, coordenador da entidade na cidade.
Além da adesão e do acolhimento, outro foco da discussão foi a formação dos profissionais de saúde. O Ministério da Saúde deverá promover cursos de capacitação, com auxílio da Universidade Aberta do SUS (Unasus). Para Marco Manso, da Aliança de Redução de Danos, esse trabalho deverá ressaltar a importância de humanizar o atendimento “Muitas vezes os médicos não querem atender os pacientes”.
Coordenação Nacional de Saúde Mental
Ministério da Saúde
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